Entenda como agir durante essa fase que muitas vezes é longa e dolorosa para as crianças e pais.
As aulas já iniciaram e o período de adaptação escolar nem sempre é fácil, cada criança age de uma maneira, seja pela primeira vez na escola ou em uma nova instituição. De acordo com o psicólogo Maurício Albano quanto mais organizado e planejado for este momento e com a conscientização de todos, o processo tende a ser menos traumático.
“É importante que os pais conversem bastante com os seus filhos e demonstrem que todos nós passamos por este processo. Além disso, avaliar a escola e ver se ela é coerente com as necessidades da criança é imprescindível.”, reforça o terapeuta.
Vivian Lopez Nuño, coordenadora pedagógica do Colégio Brasil, localizado no bairro Vila Carrão, explica que a adaptação de uma criança depende de uma via de mão dupla. O apoio e o incentivo dos pais são essenciais para uma adaptação tranquila e sem sofrimento da criança, e na escola, o professor dá todo o apoio e atenção necessária para que o aluno se sinta bem no convívio escolar. “A escola ajuda na adaptação das crianças com acolhimento, muito carinho e sempre preservando e zelando pelo bem estar de todos.”, conta, Vivian.
De acordo com a educadora, a fase do choro é bem relativa de criança para criança. “Algumas choram somente no momento da entrada e outras no momento de despedida dos pais, mas com o decorrer do tempo e com a rotina, as crianças acabam se adaptando facilmente.”. “Os educadores do nosso colégio lidam bastante com o diálogo, sempre mostrando o certo e o errado para que a birra ou o choro não traga nenhum prejuízo para a criança.”, completa.
A professora da Educação Infantil do mesmo colégio, Cristina Teixeira da Silva, destaca que durante o período de adaptação é importante muita brincadeira entre os alunos e a professora, carinho na realização das atividades, jogos com nomes, entre outras tarefas.
Durante esse período inicial, muitos pais se sentem mal e se culpam ao observar o seu filho chorar na porta da escola, e segundo especialistas, esse sentimento é comum. Para amenizar essa angústia, Albano reforça que é necessário que os pais percebam que não se trata de um momento de abandono e sim, de preparação para a vida social.
Leandro Leonel, pai de Manuela, 3 anos, conta que o primeiro ano escolar da sua filha foi bem difícil. “Poucos foram os dias que ela não chorou para se despedir da mãe na porta da escola. Já esse ano, mesmo estudando em uma nova instituição, ela está mais adaptada e vai bem todos os dias.”, conta. “Percebemos o quanto ela evoluiu e sabemos da importância da escola, mas não é fácil ver a sua filha chorar, dá um aperto no coração. Hoje, ao vermos o seu progresso, ainda no início do segundo ano escolar, nos mostra que estamos no caminho certo.”, desabafa.
Vivian finaliza dizendo que quando os pais matriculam os seus filhos, eles esperam que seus pequenos tenham um bom acolhimento, cuidados essências para o bem estar e uma boa interação entre os amigos e a professora. Por isso, para que ambos se sintam seguros é essencial um diálogo entre a professora e os pais, antes e durante o processo escolar.